quarta-feira, 30 de julho de 2008

DEUS NOS LIVRE DE TARSO GENRO NO STF

Lutamos durante muitos anos para o restabelecimento da democracia em nosso país. Acreditamos desde 1968, e a minha geração sabe bem disso, que uma nova Constituição e a liberdade política ao lado das demais liberdades públicas seriam suficientes para um salto qualitativo da nossa democracia.
Fomos às praças pedir eleições diretas para Presidente da República. Pedimos o fim da censura.
Assistimos a promulgação da Constituição Cidadã, como dissera o deputado Ulisses Guimarães, isto em 05 de outubro de 1988, fazem quase vinte anos.
O povo elegeu Collor, e o Congresso sob a batuta da imprensa, especialmente da Rede Globo de Televisão, o defenestrou do cargo de Presidente da República.
Elegemos um Presidente professor doutor na esperança de que a ética e a democracia vencessem o medo e se tornassem mais uma vez prisioneiros dos anti-democráticos.
E, mais recentemente, o povo elegeu um trabalhador forjado nas lides sindicais e cuja liderança, apesar das discordâncias, ninguém discute.
Até aí tudo bem!
O que tem me incomodado como brasileiro que ama este país é a forma como alguns auxiliares do Presidente de República têm se dirigido ao povo brasileiro. Especialmente cito o atual Ministro da Justiça Tarso Genro, que de maneira atabalhoada vem fazendo declarações que fazem corar os meus alunos de graduação em direito.
A última do jurista e bardo gaúcho foi a de que o “acusado Daniel Dantas tem que provar que é inocente.” Ou seja, o Estado pode acusar quem quer que seja e o acusado que se vire para provar a sua inocência.
Onde aprendeu Sua Excelência o Senhor Ministro da Justiça tal asneira jurídica?
Isto, porém, vindo da boca de uma autoridade ( às vezes confundida com os membros do STF) é de uma gravidade sem limites.
Compreensível que o Ministro da Justiça não saiba processo penal diante da sua militância como advogado se limitar às lides trabalhistas. Mas, o Ministério tem seus assessores. Ou o Ministro não ouve os assessores ou se os consulta não confia neles.
Deus nos livre que o Ministro Tarso Genro queira também pleitear uma vaga no Supremo Tribunal Federal, pois lhe falta conhecimento jurídico para enfrentar os grandes temas constitucionais.

Um comentário:

  1. Sim, Deus nos livre de Tarso Genro no STF. Aliás, Deus nos livre dele em qualquer cargo público, pois tem demonstrado que coloca a autoridade do Estado ao serviço de uma ideologia, não recuando sequer diante do arbítrio.
    Sim, sua assertiva é precisa: pelos princípios do Sr. Tarso Genro, a simples acusação do Estado passa a ter foro de culpa provada. Uma reedição contemporânea da "lei dos suspeitos" da famigerada Revolução Francesa. Ah, e é claro, de preferência suspeitos de "colarinho branco".

    ResponderExcluir