domingo, 6 de março de 2011

ENTRE PERPLEXIDADES SURGE UM NOVO TEMPO

Aceitei o convite da jornalista Miriam Petrone para escrever em seu site. Para mim será uma honra e também uma grande responsabilidade.
Pensei: o que devo escrever?
Direito? Filosofia? Literatura?
Ora, a minha proposta é falar sobre o ser humano em todas as dimensões, claro que darei ênfase aos conhecimentos que domino. O mundo hoje precisa de permanente reflexão, especialmente com a rapidez dos meios de comunicação e das redes sociais. Compreender ou tentar compreender as transformações das relações humanas, das interações culturais, do globalismo e também a crise de sociabilidade, tornando os jovens muitas vezes violentos, e os adultos também.
Sinto que existe um isolamento dentro das próprias residências. As pessoas não mais conversam, tuitam, postam, trocam SMS, e até há pouco teclavam. A aldeia global virou a aldeia digital. Não temos cara, temos avatar.
Eu não sei aonde vai parar. Nem por isso sinto saudades da máquina de escrever, do telex e do telefone com fio, da tv preto e branco, ou mesmo das cadeiras nas calçadas.
A fila anda, como dizem os colunistas sociais. Aqui seria, a tecnologia anda a passos muito rápidos.
Uma revolução que precisamos acompanhar, inclusive no direito.
O que não podemos perder é a humanidade.
Lembro de Charles Chaplin em “tempos modernos” quando chama a atenção de que somos humanos e não máquinas.
Em verdade, estamos perplexos. Tanta novidade nos perturba.
Os mais jovens, os que nasceram nesse novo tempo encaram com a maior naturalidade e se surpreendem quando alguém não usa todos os recursos do celular, não conhece e não sabe utilizar os aplicativos do computador, e fica doido quando se defronta com smartfones, netbooks, ipad´s e tantos outros gadgets (essa parafernália maravilhosa que a mente humana vai criando).
E o que isso tem a ver com direito, filosofia ou literatura?
Tudo.
Porque todas essas coisas são produtos culturais da humanidade. O direito é por excelência também um produto cultural, e a ele cabe organizar as relações na sociedade, agora uma sociedade diferente, nova, uma sociedade do conhecimento.
A filosofia contemporânea busca compreender essas mudanças que quebram a todo instante os paradigmas até então garantidores de uma compreensão do mundo como tal, e que não mais explicam o que está acontecendo.
E a literatura?
A libertação da prisão do livro físico, por vezes inacessível, por ser caro e mal distribuído, por não ser ambientalmente politicamente correto.
A democratização do acesso via rede mundial de computadores, a internet, é uma verdadeira revolução que se faz em mão dupla: o escritor que se abre a um público novo, e a possibilidade do leitor também escrever através dos blogs, do miniblog twitter e dos espaços que vão surgindo a cada instante.
A poesia, a prosa e todos as formas de literatura e as outras manifestações culturais ganharam um espaço que reduz distâncias, aproxima culturas e estabelece novos códigos, novas linguagens e novas perplexidades.
Por isso, estou aqui, escrevendo para você que pode estar em qualquer lugar, que fala qualquer idioma, e que de repente passa a ser o meu interlocutor sem que nunca tivessemos sido apresentado.
Nos veremos em breve, meu abraço virtual.

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